Rodrigo Teixeira, vencedor do Oscar, falou sobre carreira, bastidores e gravações do novo filme “Glaxo”, rodado na cidade
O saguão do Paço Municipal de Pelotas recebeu, na noite de quarta-feira (22), o produtor Rodrigo Teixeira, em um bate-papo sobre o tema “Como levar um filme para o Oscar”. A conversa, mediada pela professora e crítica de cinema Ivonete Pinto, reuniu centenas de estudantes e professores do curso de Cinema da UFPel, que lotaram o salão para ouvir um dos nomes mais influentes do audiovisual contemporâneo. Teixeira é um dos produtores de Ainda Estou Aqui (2024), longa-metragem de Walter Salles que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional e levou o Brasil pela primeira vez à categoria principal do prêmio. Carioca de 48 anos, também participou da produção dos longas “Farol” (2019), “Me chame pelo seu nome” (2017), “A Bruxa” (2015) e “Frances Ha” (2012), todos consagrados mundo afora.
Durante o encontro, o produtor compartilhou bastidores da produção, refletiu sobre o futuro do cinema brasileiro no cenário mundial e respondeu perguntas do público. A noite foi repleta de histórias sobre os bastidores de grandes produções, perrengues e risadas com notórios nomes do cinema mundial, além de relatos da experiência na cidade. Simpático e acessível, destacou o carinho com que vem sendo recebido em Pelotas, onde está desde o início da semana para acompanhar as filmagens de Glaxo, novo longa que tem parte de suas cenas rodadas na cidade e em Jaguarão.

Baseado no romance homônimo do argentino Hernán Ronsino, Glaxo é uma coprodução argentina dirigida por Benjamín Naishtat e tem a renomada cantora e atriz Lali Espósito no elenco, conhecida como ‘‘Anita Argentina’’. O drama é ambientado em três décadas diferentes – entre 1950 e 1980, explorando temas como amizade, desejo e vingança em uma pequena cidade marcada pela presença de uma fábrica. A história acompanha quatro rapazes que, saindo de uma sessão do cinema local, reencenam o momento decisivo do faroeste a que acabam de assistir. Poucos instantes depois, um deles rolou pelo chão, atingido por uma bala imaginária, para o riso de todos. Não sabem, mas estão ensaiando seu próprio destino, vivido entre o acanhamento de uma cidadezinha fabril e a vastidão do pampa argentino.
A produção, que conta com apoio institucional da Prefeitura de Pelotas e da Secretaria de Cultura (Secult), filmaria exclusivamente no país vizinho, até serem apresentados aos cenários do sul brasileiro, o que os fez rever a decisão. As gravações movimentaram o eixo artístico da região, contando com a população local em participações de figuração e atuação em algumas cenas, reforçando o papel de Pelotas como cenário e polo de produções audiovisuais no sul do país.
											

