O encontro com a aquarela não foi imediato, mas foi definitivo. Desde que ingressou no curso de Artes Visuais, em 2017, Stela Kubiaki passou por diferentes linguagens, como arte gráfica, escultura, cerâmica e fotografia, até perceber que havia um elemento comum atravessando todas essas experiências: a água. Foi durante a pandemia, enquanto realizava um intercâmbio em Portugal, que a aquarela deixou de ser apenas pesquisa e passou a ocupar um lugar central em sua prática artística.
De volta a Pelotas, Stela aprofundou esse caminho no mestrado em Artes e consolidou a aquarela como linguagem principal de trabalho. Há cerca de quatro a cinco anos, atua de forma contínua com a técnica, desenvolvendo produções autorais e investigações que dialogam com temas como o território ocupado pelas mulheres, a cidade e suas visualidades afetivas.
Em abril deste ano, essa trajetória ganhou um novo espaço físico: o Ateliê Terracota. Criado a partir da necessidade de compartilhar processos e ensinar, o ateliê funciona como local de aulas de desenho e aquarela, além de abrigar a produção pessoal da artista. A escolha do endereço também carrega significado. A vista para a praça e para prédios históricos da cidade faz parte da experiência cotidiana de criação e se conecta diretamente com o olhar que Stela lança sobre Pelotas.
A relação com a cidade, aliás, atravessa seu trabalho de forma sensível. As paisagens urbanas, a memória dos lugares e referências musicais, como as visualidades evocadas nas canções de Vitor Ramil, ajudam a construir uma poética íntima, em que aquarela, território e identidade se entrelaçam.
Para acompanhar o trabalho, encomendar obras ou conhecer as aulas, Stela mantém dois perfis no Instagram: um pessoal, onde compartilha sua rotina como artista e processos criativos, e outro dedicado ao Ateliê Terracota, voltado às atividades formativas e às turmas de aquarela.
Com uma prática ancorada no fazer cotidiano e no contato direto com quem aprende, Stela Kubiaki é um nome, definitivamente, pra ficar de olho.


