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Estudantes cobram respeito e estrutura para o fazer teatral na UFPel

Estudantes do curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) realizam uma ocupação pacífica e simbólica na Sala Preta, localizada no Bloco 1 do Centro de Artes. A ação, organizada pelo Centro Acadêmico de Teatro (CAT), busca dar visibilidade a uma série de reivindicações ligadas à dignidade, à preservação e ao reconhecimento do espaço como centro vital do fazer teatral na universidade.

A Sala Preta é há anos o principal ambiente de ensaio, montagem e experimentação cênica dos alunos da licenciatura em Teatro da UFPel. Segundo os discentes, o local vem sendo utilizado por outros cursos sem os devidos cuidados técnicos, o que tem gerado danos a equipamentos, sujeira e descaracterização do espaço. Além disso, há preocupação com a segurança e a qualidade das montagens, que dependem de infraestrutura adequada de luz, som, ventilação e estrutura física para receber o público.

“A nossa ocupação não é um ataque. É uma ação legítima, uma forma de fazer barulho e lutar por respeito ao nosso trabalho artístico e pedagógico. A Sala Preta é parte do nosso processo de formação como artistas e educadores”, afirma Igor Notório, ator e diretor de comunicação do CAT.

As reivindicações

Em carta entregue à Direção do Centro de Artes, os estudantes apontam os principais pontos da mobilização. Entre eles estão:

  • Manutenção da rede elétrica e dos equipamentos de luz e som;

  • Acompanhamento técnico qualificado no uso dos equipamentos;

  • Reconhecimento oficial da Sala Preta como espaço de recepção de público;

  • Nomeação de bolsistas e monitores para apoio técnico;

  • Criação de estrutura para acomodação da plateia, como arquibancadas modulares;

  • Estabelecimento de agenda que priorize as disciplinas de Encenação e Montagem, que exigem uso intenso do espaço;

  • Institucionalização do nome Sala Mário Maia, em homenagem ao professor do curso de Música que originalmente atuava no local, ainda quando era uma oficina de marcenaria.

As solicitações não partem apenas de uma demanda prática. Elas se baseiam também nas diretrizes pedagógicas do próprio curso, que exige apresentações públicas como parte obrigatória da formação dos alunos, dentro do programa Teatro em Extensão. Disciplinas como Encenação Teatral e Montagem Teatral só podem ser realizadas em espaços com estrutura mínima para o desenvolvimento cênico completo.

“Estamos falando de um espaço que é pedagógico, artístico e político. É ali que ensaiamos, compartilhamos processos e recebemos a comunidade para ver o que produzimos. É urgente tratá-lo com o cuidado que ele exige”, reforça Igor.

E o novo prédio?

Em agosto de 2024, a UFPel inaugurou um novo prédio voltado aos cursos de Teatro e Dança, um passo importante para o fortalecimento das artes cênicas na universidade. No entanto, os estudantes afirmam que as salas do novo prédio ainda não possuem estrutura suficiente para encenações com o mínimo de exigência técnica.

“A gente tem que apresentar com LED porque os tetos não suportam refletores. A acústica é ruim, e não há condições para o tipo de trabalho que fazemos”, relata Igor. “Por isso a Sala Preta continua sendo o coração do curso.”

Mesmo com a ocupação, os estudantes reforçam que nenhuma aula ou atividade prevista está sendo prejudicada. Ensaios e apresentações seguem acontecendo, agora com a presença dos ocupantes zelando pela preservação do espaço.

“Essa mobilização não é nossa. É de todos. Artistas. Educadores. Estamos falando sobre espaço. Espaço artístico. Espaço que educa. Espaço que traz conhecimento. Que compartilha vivências, histórias.”, conclui Igor.

Leia a carta na íntegra.

Carta de Reivindicação — Ocupação da Sala Preta, bloco 1

Aos gestores do Centro de Artes

À Direção do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas, nós, estudantes do curso de Teatro da UFPel, por meio deste documento, manifestamos nosso repúdio à forma negligente como a Sala Preta tem sido tratada dentro da estrutura do Centro de Artes. Sentimos a urgência de tornar público o nosso descontentamento diante de ações e omissões que vêm comprometendo o único espaço efetivamente dedicado ao laboratório cênico e à recepção de público das artes cênicas em nossa universidade.

Embora compreendamos que a Sala Preta, atualmente nomeada como sala multiuso, possa atender a diferentes demandas, sua utilização indevida por parte de outros cursos tem causado sérios prejuízos. Os equipamentos estão sendo manuseados por pessoas sem a formação adequada, o que compromete sua integridade e pode acarretar em danos aos equipamentos ou àqueles que os manuseiam. Além disso, o ambiente é frequentemente encontrado sujo — até restos de comida foram encontrados no local uma vez — o que demonstra total falta de zelo. Essa ausência de cuidado técnico e respeito com o espaço compromete não só a estrutura física, mas também o trabalho criativo, pedagógico e artístico dos estudantes e professores do curso de Teatro – Licenciatura.

É importante ressaltar que, embora exista um prédio oficialmente destinado aos cursos de Dança e Teatro, sua estrutura precária e a ausência de equipamentos adequados tornam impossível seu pleno uso. Diante disso, a Sala Preta permanece como o único e principal espaço viável para laboratórios, especialmente os voltados aos processos de criação teatral e às aulas e experimentos de iluminação cênica, além de ser o único ambiente com condições para receber apresentações com público. Ela se configura, portanto, como o coração pulsante da prática teatral na UFPel, sendo essencial para ensaios, montagens e vivências artísticas. É nosso dever e nosso direito preservá-la.

Essa centralidade da Sala Preta se reafirma quando observamos as diretrizes do próprio Projeto Pedagógico do curso de Teatro – Licenciatura. Um exemplo claro disso são os componentes curriculares Montagem Teatral I e II (código 05001450) e Encenação Teatral I e II, que possuem carga horária de 120h e 8 créditos, sendo oferecidos após o cumprimento do pré-requisito Práticas de Atuação IV. Essas disciplinas têm como um de seus principais objetivos proporcionar ao estudante a vivência de um processo completo de criação e apresentação teatral, atuando como ator/atriz ou em outras funções da cena.

Entre seus propósitos estão a aplicação dos conhecimentos desenvolvidos ao longo do curso, o aprofundamento das possibilidades de atuação e direção cênica, a realização de apresentações públicas com caráter extensionista e a promoção do diálogo com a comunidade, valorizando escuta, diversidade, identidade e relações étnico-raciais.

No caso específico de Encenação Teatral I e II, as ementas destacam a criação e montagem de encenações, peças, cenas, performances etc., dirigidas pelos próprios alunos e orientadas pelo professor. Essas produções são apresentadas a públicos diversos, caracterizando-se como ações de extensão abertas à comunidade. São importantes atividades desenvolvidas no âmbito da disciplina e vinculadas ao programa Teatro em Extensão (nº 308 no Cobalto), registrado oficialmente na universidade, caracterizando-se como um dos tripés da universidade.

A ementa de Montagem Teatral igualmente reforça a obrigatoriedade de apresentações abertas ao público como parte do processo formativo, consolidando o vínculo com o programa Teatro em Extensão, que reafirma o papel da universidade no intercâmbio com a comunidade.

Dessa forma, fica evidente que a estrutura da Sala Preta não atende apenas a uma demanda logística, mas sim a uma exigência pedagógica e curricular do curso, sendo indispensável para o cumprimento de objetivos formativos essenciais, que envolvem não apenas os estudantes, mas também a comunidade externa, em uma proposta extensionista, artística e política.

Diante disso, informamos que decidimos por uma ocupação legítima e pacífica da Sala Preta, com o objetivo de manifestar nosso descontentamento quanto à forma como o espaço vem sendo utilizado pelos demais cursos, reivindicar melhorias e garantir sua preservação. Ressaltamos que essa ocupação não impedirá as aulas nem as demais atividades acadêmicas já previstas no local. Durante esse período, o grupo de estudantes se responsabilizará pela manutenção do espaço.

Reivindicamos com veemência:

1. Parte elétrica

  • 1.1. Revisão e manutenção das lâmpadas de serviço (com aumento da potência para 30W);

  • 1.2. Organização dos fios expostos;

  • 1.3. Revisão e manutenção dos equipamentos de iluminação e som;

  • 1.4. Aquisição de gelatinas;

  • 1.5. Manutenção do ar-condicionado.

2. Uso técnico dos equipamentos

  • 2.1. Utilização dos equipamentos de luz cênica e som monitorada por técnicos especializados;

  • 2.2. Necessidade de um bolsista/monitor responsável pelo manuseio dos equipamentos, atuando em conjunto com um técnico ou professor da área.

3. Reconhecimento da Sala Preta como espaço de recepção de público

  • 3.1. Reconhecimento de que a Sala Preta é o único espaço teatral da universidade, equipada e com estrutura adequada para receber público;

  • 3.2. Implementação de uma estrutura que permita melhor acomodação da plateia, como módulos para formação de arquibancadas;

  • 3.3. Estabelecimento de parceria com a FAURB a fim de se pensar coletivamente na solução de uma arquibancada para o público da Sala Preta.

4. Demandas de encenação

  • 4.1. Um olhar atento às necessidades específicas das disciplinas de encenação, que exigem um espaço técnico e dramaturgicamente adequado;

  • 4.2. Preocupação recorrente dos alunos com a viabilidade de realização de seus espetáculos nesse espaço.

5. Ressignificação simbólica da Sala Preta

  • 5.1. Reconhecimento de que a Sala Preta foi, anteriormente, uma oficina de marcenaria, vinculada ao Curso de Música, onde o professor Mário Maia construía tambores e atabaques;

  • 5.2. Após a aposentadoria do professor, a sala 02 foi fechada. Com a reforma do bloco 3, houve a necessidade de acomodar o Curso de Teatro, nos blocos 1 e 2. Situação que ensejou o empréstimo da sala ao Curso de Teatro. Em virtude de todo este processo e sensibilidade da direção do CA, gostaríamos de homenagear o antigo professor da Música, que montou a marcenaria, nomeando a sala com seu nome.

6. Nomeação oficial

  • Que o espaço da Sala Preta passe a se chamar oficialmente Sala Mário Maia, como forma de honrar sua trajetória artística e contribuição para a universidade.

7. Organização da agenda da sala

  • 7.1. Comprometimento com um cronograma que priorize apresentações artísticas dos cursos de Teatro e Dança, especialmente os compartilhamentos e mostras de dança e encenações nos inícios e finais de semestre;

  • 7.2. Nomeação de um responsável pela organização da agenda da sala, garantindo espaço também para aulas, projetos e ensaios.

8. Reconhecimento institucional da Sala Preta

  • 8.1. Reconhecimento da Sala Preta como o único espaço de laboratório prático do curso de Teatro da UFPel;

  • 8.2. Garantia de exclusividade de organização e responsabilidade do curso de Teatro sobre o espaço.


Por fim, reiteramos que esta não é uma ação contra os demais cursos, mas um movimento legítimo a favor da preservação, valorização e dignidade do nosso fazer teatral. A Sala Preta representa muito mais do que um espaço físico: ela é parte integrante da formação de artistas, pesquisadores e educadores, sendo construída diariamente por corpos que criam, ensaiam, refletem e dialogam com a comunidade.

Assumimos a responsabilidade por esse espaço com consciência e respeito, pois entendemos sua potência enquanto lugar de criação, extensão, afeto e transformação. O cuidado que exigimos é também o cuidado que oferecemos: queremos continuar compartilhando esse espaço com ética, estrutura e condições que respeitem a natureza do trabalho teatral.

Estamos disponíveis para o diálogo e esperamos que esta carta seja acolhida com a seriedade e a escuta que o momento exige. Que essa ocupação se converta em uma oportunidade de repensar coletivamente os usos dos espaços artísticos dentro da universidade, fortalecendo vínculos, garantindo direitos e possibilitando permanência e produção com dignidade.

Pelotas, 21 de julho de 2025
Representantes discentes no colegiado do curso de Teatro da UFPel

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Julho
13/07 – Palestra Pelotas Mal Assombrada
Local: 4 Galeria de Arte e Café (Doutor Amarante, 608)  Horário: 14h45 (check-in do público) | 15h (Início da palestra) 

13/07 – Ruas de Lazer
Local: Avenida Domingos de Almeida, em frente ao Parque da Baronesa
Hora: das 10h às 16h

13/07 – Arraiá da Batucantada
Local: Instituto Hélio D’Angola – Quadrado, bairro Porto
Hora: 13h30

13/07 –  Coro da Sociedade Pelotense Música pela Música (SPMM)
Local: Monte Bonito/Comunidade Jesus Operário Hora: 14h

13/07 –  Arte Por Toda Parte – Samba no Parque da Baronesa
Local: Parque da Baronesa (perto do Museu)

Programação:
15h Samba de Raiz
16h Renascença
17h Samba de Terreiro

16/07 a 03/08 – 31ª Fenadoce

17/7 e 18/07 – UTA & PRETAGÔ: encontro e circulação de temáticas negras

17/07 – Tributo a Rita Lee (Por Fabby Lee e os Robertos)
Hora: 19h  Local: Johnnie Jack Bar (R. Santos Dumont, 590)

18/7 – LAB-ARS: Qualificação da produção executiva, do conceito à realização – Denise Machado
Local: Otroporto (Benjamin Constant, 701a – Porto)

19/7 – LAB-ARS: Oficina preparatória para rodada de negócios, entendendo o mercado, planejamento e distribuição – Daniela Israel
Local: Otroporto (Benjamin Constant, 701a – Porto)

19/07 – FESTIVAL SOFÁ NA RUA — PALESTINA LIVRE
Rua Quinze de Novembro, nº 38 — entre a Lobo da Costa e a Tiradentes, Pelotas/RS
Das 14h às 20h

19/07– 1º Do Leme ao Pontal (6 anos de Cúrcuma)
Local: Curcuma Hora: a partir das 16h

20/07 – Gato Galáctico em:  Magia na Vila Láctea
Hora: 16h   Local: Theatro Guarany

21/07 – Peça teatral: O Veneno do Teatro
Hora: 20h  Local: Theatro Guarany

23/07 a 25/07 – Festival Internacional de Cinema Ruídos Queer+ (FIRQ+)
CINEUFPel – R. Lôbo da Costa, 447 – Centro

25/07 – Claus & Vanessa em Pelotas
Hora: 20h Local: De Rose

26/07 – Samba Premium: Suel, Gustavo Lins, Thiago Soares e Bruno Digues
Hora: 22h Local: Associação Rural de Pelotas 

 

 

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